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É o bicho!

Um vizinho espinhoso

   Nas manhãs de Laranjeiras, as famílias de micos se equilibram pelos fios de energia e nas árvores do bairro. Mas à noite, quando os macacos já estão dormindo, estes “caminhos” são ocupados por outro animal mais silencioso e discreto, o ouriço-cacheiro. Também chamado de quandu, ou porco-espinho, é um roedor grande, medindo entre 30 e 60 cm e a cauda entre 33 e 45 cm, podendo pesar mais de 4 kg. O nome ouriço vem do seu dorso coberto de espinhos grossos, afiados e rígidos.

     São pelos modificados que os protegem contra predadores. Eles não lançam os espinhos, a ponta é que é farpada e se solta fácil do animal. Quando o agressor toca no ouriço, ai!, os espinhos penetram na pele e ficam presos. Difícil tirá-los. É comum acidentes com cachorros que os atacam e ficam com o focinho coberto de espinhos, sendo muitas vezes necessário o socorro veterinário. Apesar disto, são animais dóceis e esta é apenas sua defesa.

     De hábitos noturnos, o ouriço-cacheiro se alimenta principalmente de frutos e folhas. Sua cauda nua, forte e preênsil, e os dedos e unhas especializadas, permitem que se movimente com agilidade entre os galhos, e mesmo nos fios dos postes de luz. Curiosamente - embora sejam relativamente comuns e bem grandinhos -, esses roedores do gênero Coendou ainda são pouco conhecidos.

     Não se sabe ao certo quantas espécies existem ou exatamente onde vivem. Neste caso, a zoologia ainda tem muito a avançar, mesmo tratando-se de animais grandes e que dividem espaço conosco nas cidades.

 

José Pombal Jr. e Cristiano Moreira são zoólogos do Museu Nacional, UFRJ, e moradores de Laranjeiras.

A coluna dos nossos

biólogos versa desta

vez sobre um cidadão

pouco conhecido da

nossa República:

o Ouriço-cacheiro

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