
Jornal colaborativo, não-oficial e democrático da República Independente de Laranjeiras
Edição # 13
Opostos
O papo começou com comidas diferentes, tipo língua e ovas (abrindo um parênteses para contar que foi então que descobri que o cu da galinha é comestível e atende pelo nome de sambiquira).
Daí quando percebemos estávamos num papo profundo sobre a singularidade do ser humano e a importância dos encontros e das trocas, como aquelas que estávamos vivendo ali. Trocas. Dar e receber. Aprender e ensinar. As trocas acontecem porque somos diferentes uns dos outros.
A pluralidade de vozes e as discussões com bons argumentos é o que sustenta a democracia.
Há muito venho defendendo a ideia da riqueza da diversidade. E vamos combinar que já passou da hora de aceitarmos e tolerarmos as diferenças. Sonho com o dia em que vamos valorizar e celebrar esse mundo plural e diverso.
A atração magnética entre cargas opostas é uma lei da física, que acabou sendo levada para um senso comum de atração entre pessoas diferentes. Ainda que haja controvérsias sobre isso - uma vez que, de fato seja mais fácil conviver com pessoas com quem temos afinidades - aprendi que o desconforto das discordâncias faz nosso pensamento girar. Diferenças e completudes. Indissociáveis, necessárias. Como o dia e a noite. Como o sal e o doce. Como as provações e as possibilidades.
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* Juliana Coutinho é publicitária e mora em Laranjeiras.
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Nota da redação. Resolvemos aprofundar o tema do fiofó da galinha, por ser de evidente interesse público. Confira: Sambiquira, também conhecida como rabadilha ou sobrecu, é a parte final da coluna vertebral do frango, onde se encontra a glândula uropigiana, responsável por produzir óleo para as penas. É um corte de frango popular, frequentemente utilizado em petiscos e pratos principais, e também é apreciado na pesca como isca.
