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Me chamo vermelha

Poesia

me chamo Vermelha

a alma encarnada

de tantos desejos

de tantas mancadas

 

os olhos acesos

o coração apertado

belezas que vejo

escuto o chamado

 

de longe tão perto

de perto, errada

de tudo que resta

me sinto culpada

 

diante do espelho

entendo o recado

são meus os defeitos

são meus os pecados

 

de dia caminho

encaro as roubadas

de noite meu vinho

minha namorada

 

defendo meu pão

rimando embolada

só na procissão

rezando pro Nada

 

mas não desanimo

não culpo essa estrada

me chamo Vermelha

a alma encarnada

​

Sílvia Selva é poeta e nas horas vagas advoga para o Sindicato das Causas Perdidas - seção RJ

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